Ao Encontro do Teatro com Máscara / À La Rencontre du Jeu Masqué
31 de Janeiro a 03 de Fevereiro 2025
Teatro Comuna
AO ENCONTRO DO TEATRO COM MÁSCARA :
Da máscara neutra à máscara expressiva
Programa do estágio
O ator desloca-se num espaço, reage num dado tempo em relação a um parceiro, seja ele qual for : um outro ator, o público, um objeto… Esta regra, a que poderíamos chamar de as “três unidades”, será abordada durante este workshop, através da iniciação à técnica da máscara “neutra”, que permite estabelecer no ator um corpo receptivo, desenvolvendo a relação com o espaço e aprendendo a ampliação de gestos e atitudes. Sob a máscara vai haver um jogo de equilíbrio em palco onde a escuta e o respeito pelo outro podem, por vezes, gerar uma beleza surpreendente. A máscara neutra será também o suporte para uma exploração dos quatro elementos (água, terra, ar e fogo).
Trabalharemos também com máscaras expressivas que conduzem as paixões humanas para o paroxismo. Iremos abraçar a dinâmica dada por estas máscaras expressivas, “entrando” na forma, pondo-a em movimento. Essas máscaras permitirão que o aluno tenha respostas corporais variadas porque, como uma personagem, cada máscara expressiva tem sua própria vida.
Com as meias-máscaras, a voz acompanhará a representação. Mas, para que a voz pertença a essa máscara, terá que deixar o quotidiano para se “mascarar”. Uma hora por dia será dedicada a esta investigação.
“A máscara é uma disciplina básica e deve ser o treino essencial do ator. Quando o ator “encontra” a sua máscara pode então deixar-se possuir pela personagem. Incorporar a máscara é uma tarefa atlética para o corpo, imaginação, coração e sentidos. No teatro, todo o corpo é máscara”.
PATRICK PEZIN:
De 1962 a 1964, teve aulas com o Sr. Jacquemond na École du Comédien d’Aujourd’hui. De 1967 a 1969 foi aluno de Tania Balachova e tornou-se assistente de Michel Vitold para Ivanov de Tchekhov no Théâtre de L’Athénée. Em 1970, mudou-se para Carcassonne, onde fundou a sua própria companhia “Les Bouff ons du Midi”, com a qual, até 1980, encenou cerca de quinze espetáculos, incluindo as criações de Tu connais la musique, de Robert Abirached, Holocaustum ou le borgne e L’autre Don Juan de Eduardo Manet. Ao mesmo tempo, trabalhou como ator no “Lo Teatro de la Carriera”, um popular teatro occitano. Em 1980, criou a revista teatral Bouff onneries, que publicou 35 números até 1996 e publicou vários livros sobre a arte de representar.
Organizou a ISTA (Escola Internacional de Antropologia Teatral, sob a direção de Eugenio Barba) em Chambord e no Théâtre 71 em Malakoff em 1985. Desde 1980, dirigiu cerca de quinze produções, incluindo Masques et bouff ons para o primeiro Festival Internacional de Commedia dell’Arte, Vie et mort d’Harlequin para a companhia italiana do Scalzacani, Stabat Mater Furiosa de Jean-Pierre Siméon no Théâtre du Lierre em Paris, e Décima Segunda Noite, Shakespeare em Gran Canaria (Espanha). Em 1990, foi o fundador do
International Ator Institute, que dirigiu até 1996. Desde 1994 tem realizado seminários sobre peças de máscara na Suécia, Rússia, Suíça, Estónia e Espanha. Colabora agora com as edições L’Entretemps, dirigindo a coleção “Les Voies de l’Actor”. É autor do Livro de Exercícios para o Uso dos Atores, de Voyage en Commedia dell’Arte e de Étienne Decroux, uma mímica corpórea da mesma coleção.