
Festival Silvestre 2025
17 Outubro 2025
às 21h
Ordem do O
ENCONTROS DE DANÇA & ARTES PERFORMATIVAS
Partindo da conceção de uma matéria vibrátil e de uma ecologia não binária, as propostas performativas, as caminhadas e as conversas SILVESTRE contribuem para a consciência de que os seres humanos participam numa rede que tanto nos liga aos cães como nos liga aos vírus, tanto nos liga às árvores quanto aos fungos.
Neste outono de 2025, os encontros SILVESTRE celebram o humano na natureza.
Daniel Tércio

KURPU
DI MUNDU
PEDRO RAMOS E ERNESTO NAMBERA
GRUPO DE DANÇA CONTEMPORÂNEA DA GUINÉ-BISSAU
“Acreditar no mundo
e na vida é acreditar no corpo”
José Gil e Ana Godinho
Em contraste com os movimentos mecânicos, mas caóticos e violentos, das sociedades humanas, a dança sintoniza-nos com a nossa realidade biológica, complexa e poética. A dança aproxima- nos do natural, do animal e do espiritual.
No movimento de um corpo que dança extravasa-se a dor e sublima-se o prazer, e encontra-se um sentido mais profundo a partir do qual se lê a existência.
Mergulhando na ancestralidade e na força vibrante da terra e da gente da Guiné-Bissau, bem como na estética desenvolvida por Pedro Ramos, assente na ecologia profunda e na alquimia, explora- se o corpo enquanto veículo de afinação com o mistério de uma força ligada à natureza e a esse corpo maior que é o mundo: a floresta enquanto lugar poético de onde viemos e ao qual pertencemos.
A partir de um conjunto de residências artísticas entre a Guiné-Bissau e Portugal, da relação criativa entre os coreógrafos Ernesto Nambera e Pedro Ramos, do intercâmbio entre bailarinos colaboradores da Ordem do O e do Ballet Nacional/Grupo de Dança Contemporânea da Guiné- Bissau, procura-se não apenas refletir sobre as problemáticas ecológicas, sociais e políticas do nosso tempo, mas também sobre o potencial da dança e do corpo como veículo de reflexão, de conhecimento, de restabelecimento dos laços de confiança e afinação com a natureza, interior e exterior: caminho de transformação e de ressignificação da nossa convivência com o outro e com o planeta.
Primeiro, criámos uma “natureza” e separámo-nos dela; depois, idealizamo-la; por exemplo, a ideia da mata atlântica como parte daquela “natureza” idealizada: na verdade, a mata atlântica é um jardim, um parque construído pelos índios.
Ailton Krenak, 2021
Ficha Artística / Técnica
Cocriação:
Ernesto Nambera e Pedro Ramos
Direção Artística:
Pedro Ramos
Interpretação:
Ernesto Nambera, Ivá Nautam, Batchiquim Alfredo Caiparcó, Analia Monteiro Nanque, Mandjaco Djau, Vanuza Luis Có, Mara Morgado e Pedro Ramos
Música e sonoplastia:
Jorge Graça
Figurinos:
Vítor Alves da Silva
Produção executiva:
Ana de Arede Cano
Coprodução:
Opart, E.P.E./Estúdios Victor Córdon – Programa PALOP’25, Câmara Municipal de Palmela e Câmara Municipal de Idanha-a-Nova
Apoios:
Camões – Centro Cultural Português em Bissau, Câmara Municipal de Lisboa/Pólo Cultural Gaivotas Boavista, Passos e Compassos, Teatro O Bando, Centre Culturel Franco-Bissau-Guinéen, Ur-Gente